quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Ufa! acabaram as festas.

Tempos estranhos estes. Não entendo bem no que o mundo se transformou, mas mudou e mudou muito, muito mais que minha inteligência limitadíssima alcança. O texto da Fernanda Torres Grisalha publicado na Folha de São Paulo me deixou mais angustiado com todas estas mudanças: não faço ideia sobre o que ela escreveu. Felizmente entendo a palavra título, Grisalha, feminino de grisalho, e velhinhas, feminino de velhinhos. Mas as referências às modernidades, estas são um mistério completo. 
Tempos de liberdade completa. Já vi um pouco de tudo nesta vida, mas nunca havia visto um cara se masturbando na porta de cemitério em noite de Natal. Verdade! Natal não é sagrado ou pelo menos deveria ser? 
A virada do ano passei a beira de uma represa e brindei com água, santa água. Não gosto de champanhe nem de espumante. Água geladinha, precisa mais. Conto meu desejo: que este ano seja um pouco mais normal, o que é um desejo e tanto e no andar da carruagem (se é que alguém ainda sabe o que é isto) eu duvido muito. Não custa sonhar. Sonho do tempo da onça.
Na outra margem da represa pouco antes da meia noite foi um pipocar de luzes e sons impressionante. Vinha de um condomínio chiquérrimo, seja isto o que quer que seja. Lembrei que uma amiga descreveu o mesmo espetáculo de luzes numa cidade italiana litorânea do Mar Adriático no auge da guerra da Croácia. Bombas, guerra, massacre; deu arrepios ver aqueles sons e luzes comemorativos da chegada de 2018. 
A cada ano fico mais angustiado com o foguetório por causa do desespero dos cachorros e gatos. Deve ser um horror para os pássaros e demais fauna. A poluição que a maravilhosa queima de 25 toneladas fogos de artifício do Rio é assustadora. Quem se importa? Viva a festa.
Fiz um grande esforço e fiquei acordado até lá pelas 2:00 h. Há quem diga que dia 1º de Janeiro é o dia mais chato do ano. Discordo. É um dos melhores. Dá para nadar no mar ou represa sem jetski ou lanchas , pedalar sem carros, deitar no meio da rua e tirar uma soneca no sol quentinho das 7:00 h. (o que já fiz), dá para curtir o silêncio. 
Felizmente na manha seguinte a cantoria dos pássaros e gritaria dos outros bichos estava lá. Tem um pássaro aquático que soa como um porco. Estranho, divertido, lindo bicho, uma espécie de pato marrom escuro com bico e patas longas. Chegou uma centena deles e pousou perto da varanda onde sozinho curtia o maravilhoso silêncio do primeiro dia do ano. Passou uma pequena águia olhando o gramado. E todos dormiam. Paz!

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