terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Sobre a lei anticiclovia

O que falar? Primeiro porque quando me falaram sobre esta Lei anti ciclovia eu não dei importância porque acreditei que fosse mais um exagero típico dos anos Haddad 400 km, aquela época onde ou se era inquestionavelmente a favor das ciclovias ou você era um criminoso contra toda e qualquer liberdade, o bem de todos (não sei bem de quem, mas que seja), os direitos, bons costumes, e um futuro melhor para a cidade (qual?). Achei que havia mais um exagero tipico de resquício de tempos recentes. Conhece aquela historinha de Pedro e o lobo? Mas a lei está aí.
E ai me perguntaram se eu daria um depoimento sobre a dita Lei anti ciclovia. Talvez de lá, mas aqui e agora vai: 
A física reza, e nem mesmo as mais fanáticas ideologias negam tal verdade, que para cada ação existe uma reação. Na vida é igual, principalmente em país de índio bravo e branco todo poderoso. Fosse país de gente civilizada provavelmente se conversaria. 
O discurso dos cicloativistas durante bem mais de quatro anos, não só os de Haddad dos 400 km, foi "Vocês vão ter que nos engolir". Esqueceram fazer um cálculo básico: o número de ciclistas e de viagens pela cidade faz um percentual (ainda) muito baixo, nem vou tomar o cuidado de ver quanto, mas uns 5% se tanto, e que vocês, ciclistas, esqueceram que os outros 95% estão um pouco chateados com o tal discurso. Aliás, já estavam chateados com as portas chutadas, os motoristas xingados, agredidos, reações de apoderamento, e outras delicadezas mais. "Tá tudo tomado!" Infelizmente mesmo avisados vocês, ciclistas, repetiram tintim por tintim a história dos motoboys, que parece, assim, parece, que não deu certo e até hoje causa pequenos problemas, para dizer o mínimo. 
Teve o discurso "motorista assassino", "carro mata", "um carro a menos" exatamente quando o PT de Lula e Dilma, aqueles do "Brasil do nunca antes" socializaram o sonho do carro a preço reduzido para uma população de baixa renda que queria que ciclista se ______ . E outros que tais, o que vamos dizer é uma acusatória generalizada meio tipo..., Preciso colocar em palavras ou está subentendido? Enfim, não foi uma estratégia muito inteligente.
Para piorar a posição dos ciclistas estamos vivendo um momento, que espero que seja só uma transição, onde ciclista é visto com terror pelos pedestres, que como sempre diz Reginaldo Paiva sabiamente somos todos, 100% da população. E finalmente tem muitos ciclistas mal educados que apavoram outros ciclistas nas ciclovias. Enfim, no momento os ciclistas não estão nem um pouco bem na fita.
Num contexto deste vou falar o que sobre a dita lei anti ciclovias? 
Eu nunca fui a favor de introduzir a bicicleta como modo de transporte na porra louca, de ir fazendo sem grandes preocupações com os desacertos (ô palavrinha politicamente correta!) ou sem se preocupar com gastos tipo "faz depois conserta" e outras pérolas nunca antes ouvidas. 
Tem que ter projeto, tem que ter alguma demanda que justifique (a lei já exigia), tem que ter lógica, bom senso, diálogo. Assim como acho que tem que ser feito sem demora, mas num dentro de um projeto maior para a cidade, ou vamos ter muito mais problema para frente. 

Eu fico profundamente triste com tudo que aconteceu e está acontecendo. 

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