segunda-feira, 18 de abril de 2016

Derrubando conceitos sobre bicicletas básicas


Faz muito tempo, mas muito tempo mesmo, a bicicleta que se pedalava e indicava para amigos carregava uma boa dose de fidelidade à marca. Quando começaram a chegar as primeiras e muitas marcas importadas ao Brasil a fidelidade ficou um pouco mais flexível. Não demorou muito tínhamos sabe-se lá quantas marcas novas, nacionais e importadas, mais um montão de marcas de bicicletas montadas pelas bicicletarias. A última vez que perguntei ao Osmar da Cyclo Magazine ele contou que juntando tudo havia bem mais de 150 marcas sendo vendidas no mercado brasileiro. Bom, numa situação destas a fidelidade meio que caiu de moda o que é bom. Mesmo assim algumas marcas continuam sendo referências, como Specialized, Trek, Cannondale, Caloi, Bianchi..., ou seja, principalmente as marcas mais famosas no mercado americano e europeu.

Tenho cá minhas preferências e torço o nariz para algumas marcas. Minhas prediletas do passado hoje não são mais minhas paixões. Os tempos são outros, o mercado também. Minha grande paixão, americana, mudou muito sua política, continua com bicicletas topo de linha maravilhosas, mas nas mais simples faz umas coisas estranhas que vão contra princípios tão claros e sensatos que a marca teve no passado. Outra marca que sempre usei, brasileira, tem cometido mais erros grosseiros, inaceitáveis. 

Sou um apaixonado por bicicletas básicas, as que o povão usa, as que viabilizam a massificação da bicicleta como modo de transporte e sua consequente transformação social. Estas que normalmente só são vendidas em grandes magazines mundo afora. Lá fora as bicicletinhas mais simples funcionam e mui raramente quebram. Aqui, no Brasil, é o contrário; as baratinhas, as básicas, costumam apresentar rapidamente um monte de problemas, isto quando não são entregues ao comprador com o garfo virado para trás (triste e comum verdade!).

A Decathlon sempre teve bicicletas interessantes com a própria assinatura. Comprei uma Elop 5 feminina projetada especialmente para transporte, com um alforje que se encaixa no guidão, cinco marchas, aro 26 e pneus 1,5 de alta pressão, bolsinha guarda trecos e para-lamas, fabricada em Portugal, excelente, e passei a olhar com mais atenção o que eles oferecem. Um dia testei uma Decathlon MTB mais sofisticada e fiquei muito bem impressionado com a resposta da menina, que mesmo sendo uma bicicleta de “magazine” não deve nada a qualquer concorrente de marca famosa. 

Tive que comprar duas bicicletas básicas MTB de 21 marchas e depois de certa pesquisa dei com a Decathlon MTB 200 por um preço quase imbatível, R$ 669,00 preço normal e, melhor, R$ 629,00 preço de oferta. Levei para casa, como faço com todas que compro, e montei como se deve, ou seja, revisão completa, trabalho de mais de 3 horas para cada bicicleta. Entreguei para a Eco Bike só uma. A outra eu roubei, vai ficar comigo até eu cansar (ou até tomar uma bronca). A bicicletinha é uma delícia. A relação custo benefício é surpreendente, simplesmente honesta, coisa bem rara aqui neste país, principalmente no mercado de bicicletas.

Espero que com a MTB 200 a Decathlon esteja encaminhando o mercado brasileiro de bicicletas básicas para o padrão internacional de qualidade. A diferença dela para a concorrência em alguns casos não tem sequer comparação. Trocando os frágeis pedais*, comuns em bicicletas básicas no Brasil, a MTB 200 pode ser distribuída no mercado Europeu. Para uma bicicleta vendida no Brasil é um salto de qualidade mais que elogiável. 

No http://escoladebicicletacorreio.blogspot.com.br/ está toda a revisão feita.

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