sábado, 27 de junho de 2015

Paulista: acertamos tudo da primeira vez?

Ótimo o comentário sobre meu texto: “Av. Paulista, símbolo de São Paulo”, publicado dia 22 de Junho passado.
Compartilhamos do mesmo pensamento traduzidos em texto Sr. Arturo. Será que todas as "nações desenvolvidas" não tiveram que atravessar todo esse processo de tentativa e erro, tentativa e acerto para chegar ao patamar atual de "desenvolvidos"? (Livro Riqueza das Nações - Adam Smith)... Seria possível fazer uma grande mudança tanto no aspecto pessoal quanto a uma avenida, bairro, cidade, estado, país...e acertar logo de primeira?

Será que acertamos tudo desde a primeira vez que tentamos? (o primeiro namoro, a primeira faculdade, a primeira casa, o primeiro trabalho, o primeiro tudo...)

Suas palavras traduzem o que todos sabem ou sentem de forma consciente ou inconsciente na administração pública de uma forma geral no Brasil (e tem que ser externado mesmo!!!) mas fica a dúvida: Há prefeitos e vereadores qualificados hoje para fazer tudo da forma correta de primeira? O que é a forma certa? Como fazer da forma certa? Qual é o prazo certo? Qual o custo certo? Se não for inspirado e "copiada" boas praticas dos "países desenvolvidos", quem deve ser a referência para o brasileiro? Será que temos algum bom exemplo e referência no Brasil para administração pública? E muitas outros questionamentos que não cabem aqui... sorrisos.

Cicloabraços - Joãozinho
Acertamos tudo da primeira vez? Normalmente não. A questão é o grau do desacerto que se comete e o momento que se está.
Estou lendo Streets for People; a primer for Americans; by Bernard Rudofsky. O primeiro capítulo conta a história de NY e é deprimente ler que os dilemas que estamos tendo hoje aqui em São Paulo, cidade, são muito parecidos, quando não os mesmos, que os nova-iorquinos tiveram por volta de 1800. 
Meu irmão, Murillo Marx, professor de História da Arquitetura e Urbanismo, FAU USP SP, de quem herdei o livro, num de nossos almoços contou que tinha tido um ataque com os alunos por causa da pasmaceira de boa parte deles. Ele parou a aula e começou gritar “Sonhem, sonhem, sonhem!”. O desespero dele era pela falta de um sonho maior. Sinto muita falta dele, mas estou feliz que o pessoal lá de cima tenha chegado a conclusão que ele não merecia passar pelo que estamos passando neste Brasil do nunca antes. Livraram ele da agonia de ver a São Paulo que tanto amou chegar ao descalabro que se encontra hoje.
Sinto falta de minha mãe. Dela vem este meu horror à mediocridade. Horror!
Lollia, minha mãe, dizia que não adianta mudar de casa, de cidade, de país. “Meu filho, se você quer mudar você precisa mudar o que está dentro de você,. Não são os outros, é você!”.
Joãozinho, temos é que mudar nossa postura. Temos que sonhar. Como você diz, “temos que usar as boas referências”, mas mais do que isto, precisamos saber distinguir o que é uma boa referência. Ai é que estamos pecando, pecado que nos está encaminhando para o inferno. 
Questões históricas e macro econômicas que o mundo está vivendo praticamente zerou a margem de erro que uma sociedade pode cometer. Nós erramos no básico do básico. Não aprendemos nada, (parece que) não estamos interessados em aprender. Não éramos assim.
Agora está dito aos quatro ventos para quem quiser ouvir: mínimo de 3 anos para o barco parar de afundar, se conseguirmos o feito, mais 20 anos para o Brasil ter a perspectiva que tinha antes dos anos do Brasil do nunca antes. O Município de São Paulo ainda gera mais de 11% do PIB do Brasil. E vem sistematicamente caindo, afundando. No tamanho da crise que vivemos praticamente não temos espaço para cometer erros. Não dá para fazer e corrigir. Não dá.

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