segunda-feira, 29 de junho de 2015

Muito alarido, pouco resultado


São Paulo reclama
O Estado de São Paulo
Domingo, 28 de Junho de 2015
Notas & Informações

Sobre "Muito alarido, pouco resultado"

A verdade é uma só: com o sistema semafórico que temos, burro e obsoleto, nada e ninguém terá a fluidez minimamente adequada. Qualquer cidade que queira ser global player, como é o caso de São Paulo, precisa oferecer um mínimo de qualidade nas mobilidades e nos transportes. Pensar em soluções isoladas como, por exemplo, corredores de ônibus e ciclovias, é gerar factoides, é roubar o futuro da cidade mais importante do país. A fluidez de corredores de ônibus, de ciclovias, do pedestre ou até de automóveis e motos, só será possível quando a cidade tiver um (complexo) sistema inteligente de semáforos que trabalhe todas as fluidezes em conjunto e cada modal em particular. E, óbvio, que não pare de funcionar na primeira gota de chuva ou vento. É crucial não só para a fluidez de trânsito, como também para aumentar o nível de segurança de todos, principalmente pedestres, os mais vitimados de nosso trânsito. É investimento urgentíssimo, mas é difícil de ser capitalizado em votos, tão invisível como uma rede de esgoto. Pelo que sei na administração passada, de Kassab, iniciaram trabalhos para a troca de todo um novo sistema semafórico, ou seja, a compra de supercomputadores, cabeamento, sensores, câmeras, monitores, semáforos, instalação, treinamento... Também pelo que sei, esta administração, Haddad, optou por mais um remendo do que está ai, que é definido em off pelo pessoal da CET como lixo.
Mesmo um sistema semafórico menos sofisticado, básico, que trabalhe só a fluidez geral, sem particularizar, já seria um enorme ganho para a cidade de São Paulo. É caro, muito caro, e não é nada populista.


Complementando esta carta enviada ao Estadão: Quando da campanha para a Prefeitura de São Paulo que elegeu Haddad eu tentei fazer que os manifestos entregues a todos candidatos fizessem o pedido da troca de todo sistema semafórico da cidade, e fui voto vencido, infelizmente. É preciso "perceber" o trânsito e fazer cálculos complexos para que ônibus trafegando em corredores, que tem uma velocidade determinada, e ciclistas circulando em sistemas cicloviários, que tem outra velocidade, cheguem nas esquinas e encontrem o semáforo aberto; mas isto tem que ser feito sem colocar em colapso a fluidez dos outros modais. Com um sistema inteligente é possível dar o tempo apropriado para pedestres atravessar avenidas em segurança, que aqui em São Paulo morrem atropelados às pencas. Um sistema de semáforos inteligente pode diminuir a necessidade da construção de ciclovias, o que melhora a segurança de pedestres, por exemplo. Com inteligência as ciclovias ficam mais seguras. E ai vamos. 
Simples: você prefere um sistema burro ou inteligente? Inteligência custa caro, mas vale cada centavo. Burrice só empobrece.

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