quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Pesquisa científica e o corporativismo no Brasil

Era uma vez um bobo que acreditou piamente que um dia nós, brasileiros, teríamos um parque industrial do setor de bicicletas com importância global. Na época, lá pelos anos 80, o Brasil era o terceiro maior fabricante de bicicletas do mundo, vivia o oligopólio Caloi - Monark, estava começando a dar os primeiros sinais de atenção para a questão, e todos nós brasileiros, ricos, classe média ou pobres, acreditávamos do fundo do coração que estávamos caminhando para frente, para um futuro melhor e mais justo para todos.
Faz um bom tempo ouvi de Caio que a melhor coisa que poderia acontecer seria a indústria brasileira de bicicletas desaparecer. Ouvir isto, com espanto e tristeza, justamente de um dos sonhadores que como eu acreditou que algum dia teríamos de fato um setor de bicicletas no Brasil.
Para se ter qualquer setor de ponta é necessário investir em pesquisa. Specialized fez isto deste seu primeiro momento e hoje é uma das referências. Começou com a produção no Japão, passou para Taiwan, e hoje está na China, países onde educação e pesquisa são a base da base de tudo.
Como tudo neste Brasil do nunca antes nem sequer para a certificação de peças e produtos da bicicleta se consegue entender. O tempo vai passando e se fica numa batalha de interesses particulares que nada dizem a respeito do público comprador e usuário. Se faz um corporativismo aqui e outro ali, cada um defende o seu interesse, e as bicicletas nacionais continuam com qualidade sofrível, quando não perigosa.

É triste, mas não mais espantoso, ler o texto "Produção Científica e Lixo acadêmico no Brasil" de Rogério Cezar de Cerqueira Leite, um dos colunistas da Folha de São Paulo.   

Lendo este texto talvez entendam minha profunda angústia quando vi no aeroporto Charles De Gaulle de Paris os imensos banners pendurados do teto com as vencedoras do Prêmio Loréal-Unesco para Mulheres na Ciência

Lendoi e

Um comentário:

  1. Impressionante o Artigo, parabéns!

    Durante o dia-a-dia do ciclista, percebe-se nas pequenas coisas essa estagnação do mercado ciclístico brasileiro... desde a baixa qualidade de peças e componentes, alto preço de compra e venda, falta total de opções de acessório em quantidade e qualidade, canais de distribuição (logística).

    Fui recentemente a uma Feira do Mercado de Bicicletas, fiquei pasmo pela falta de opções, limitação dos fabricantes, tudo caro em relação a renda média dos brasileiros...

    Será que um dia teremos uma boa relação entre equipamentos de qualidade x preços acessíveis?
    (bicicletas, alforges, trailers, bolsas, ciclocomputadores, peças e acessórios... até mesmo os equipamentos para ciclismo paraolímpicos somente a pessoa sendo rica para ter acesso!!!)

    Cicloabraços
    Joãozinho (Santo André-SP)

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