sábado, 8 de novembro de 2014

Automóvel: as diferenças entre JK e Lula

Aproveito trechos de uma mensagem de Roberto Aranha de Oliveira Arruda conclamando a todos para lutarem por mudanças urgentes para fazer alguns comentários sobre detalhes da mesma mensagem:

Escreve Roberto Arruda:
Para nossa infelicidade, a desastrosa opção de JUSCELINO KUBITSCHEK pelo AUTOMÓVEL, prosseguiu e continua no atual GOVERNO FEDERAL, grande estimulador do TRANSPORTE INDIVIDUAL MOTORIZADO.

A opção de JUSCELINO KUBITSCHEK pelo AUTOMÓVEL em meados da década de 50 deve ser vista como sensata e natural dentro do contexto da época. Brasil, então um país atrasadíssimo e muito pobre, começava a industrializar-se, e JK faz com que este processo se acelere, o que se provou medida acertada. JK segue um projeto de desenvolvimento testado e aprovado no pós Segunda Guerra Mundial, no qual a indústria automobilística tem importância fundamental na reconstrução, equilíbrio macro econômico e até mesmo a estabilização social em países devastados pela guerra, principalmente na Europa. A soberania do automóvel só passa a ser questionada de maneira mais profunda com a crise do petróleo de 1973, mesmo assim por questões energéticas e não de mobilidade. Já havia alguns movimentos para preservação da vida e patrimônio das cidades, o que na Holanda abre caminho para a retomada da bicicleta.

É inegável que a opção de Juscelino Kubitschek pela indústria do automóvel mudou a história do Brasil possibilitando a consolidação territorial e cultural, sem falar na industrial e urbana, fazendo o país dar um salto para a modernidade. Foram cometidos enganos, algumas burrices, como em todas as partes. Era impossível para JK, seu governo ou qualquer ser humano, prever onde chegaríamos hoje. O automóvel e seu setor não podem ser responsabilizados por todos males. Repito: é necessário contextualizar o momento histórico olhando com neutralidade para todos os fatores.

Seguindo no texto:
Para nossa infelicidade, a desastrosa opção de JUSCELINO KUBITSCHEK pelo AUTOMÓVEL, prosseguiu e continua no atual GOVERNO FEDERAL,...
Mesmo antes da posse de Lula já estava fartamente divulgada, para quem quisesse ler, a crise da indústria automobilística, a incerteza de seu rumo e futuro, e até mesmo de sua continuação. E o cenário é cada dia mais complicado.
A política sócio econômica fortemente centrada em poucos setores, principalmente no setor automobilístico, realizada pelos governos Lula e Dilma, é completamente irresponsável, para dizer o mínimo. É muito possível que esta política venha ser o marco do início da desintegração do setor industrial brasileiro como um todo, portanto de nosso futuro. Nossa indústria brasileira de automóveis já é marginal dentro do setor automobilístico internacional, o que por si só é uma tragédia. E a China ainda não entrou na brincadeira. Esta insanidade de Lula e Dilma arrastou toda nossa indústria, todo nosso parque produtivo, de todos setores, para o buraco. Mas o pior legado do IPI Zero é a desestruturação de todas as cidades brasileiras, o colapso das mobilidades, o aumento absurdo da violência, o caos no sistema de saúde, no meio ambiente... Enfim, a estupidez do IPI Zero foi, é e continuará sendo devastadora.
O PT de Lula não pode dizer que não sabia.

Para entender o que está acontecendo com a indústria automobilística recomendo a leitura de:
Ai você vai ficar realmente preocupado com a situação do Brasil.

Ainda do Roberto Arruda: Em razão do exposto, penso que é chegada a hora de uma AMPLA MOBILIZAÇÃO da SOCIEDADE (sobretudo da JUVENTUDE),...
...ampla mobilização da sociedade (sobretudo da juventude)? Como assim? A saber, dentro de uns poucos anos haverá mais idosos que jovens neste país. Já fui jovem e sei que neste momento da vida nos sentimos meio super homens, mas não é bem assim.
De qualquer forma o Roberto Arruda está absolutamente certo numa coisa: ou colocamos o país em ordem ou acabou, game over!

Brasil: uma comparação em números
http://veja.abril.com.br/multimidia/infograficos/economia-brasileira

Mensagem completa do Roberto Arruda:
Para nossa infelicidade, a desastrosa opção de JUSCELINO KUBITSCHEK pelo AUTOMÓVEL, prosseguiu e continua no atual GOVERNO FEDERAL, grande estimulador do TRANSPORTE INDIVIDUAL MOTORIZADO. Em decorrência disto,numa sequência histórica e RADIANTES DE ALEGRIA, as MONTADORAS MULTINACIONAIS vão se instalando no "PARAÍSO BRASILEIRO". Aqui, por conta de uma intensa, permanente e fantasiosa PUBLICIDADE, a PRODUÇÃO dos CARROS tem como resposta um ENCANTADO E DESMEDIDO CONSUMISMO. E num TREMENDO ATRASO, continuamos a viver na CULTURA DO AUTOMÓVEL. A fútil exaltação do CARRO como símbolo de "STATUS" comprova esta realidade. Conseguintemente, a imensidão do irracional MONOTRANSPORTE pelos AUTOMÓVEIS, penaliza o transporte coletivo e produz os MONSTRUOSOS CONGESTIONAMENTOS. Os EFEITOS DELETÉRIOS da enorme POLUÍÇÃO que também produz, estão encurtando nossas VIDAS. Eis o quadro de CONDENAÇÃO de todas as GRANDES CIDADES brasileiras. SÃO PAULO, particularmente, em consequência da ESTUPIDEZ sempre crescente de seu TRÂNSITO, é uma cidade que se aproxima a passos largos de uma CATASTRÓFICA IMOBILIDADE. Afinal, até quando vamos insistir nesse MODELO SUÍCIDA?

Em razão do exposto, penso que é chegada a hora de uma AMPLA MOBILIZAÇÃO da SOCIEDADE (sobretudo da JUVENTUDE), a fim de que sejam construídas NUMEROSAS e EXTENSAS CICLOVIAS no País. Com este intuito e utilizando os meios eletrônicos de comunicação, parece-me possível organizar e realizar --- de forma séria e disciplinada --- a colocação de 100.000 BICICLETAS na AVENIDA PAULISTA. A concretização deste ato, sería um grande PASSO INICIAL, visando a uma EFETIVA MUDANÇA da situação CAÓTICA atual para uma CULTURA de MOBILIDADE HUMANA. Em legítima defesa, em prol de uma VIDA mais FELIZ.

                                                              São Paulo, 16 de setembro de 2014
                                                              Roberto Aranha de Oliveira Arruda

Nenhum comentário:

Postar um comentário